Agora com meus quarenta anos dou por mim o meu espelho e me pergunto como cheguei até aqui, ao espelho me confronto, vejo meu cotidiano , e penso ,penso em nada. Por trás de mim um cenário simples , um quarto cheio de caixas todas cheias, penso de novo em nada e o quarto desfaz-se, o passado nada representa pra mim agora , apenas meu corpo envelhese, hoje eu sou exatamente igual ao que fui um dia.
E então, vejo pegadas entre as caixas , percebo então que o chão é de vidro e concluo que com o peso que a vida me deu não posso andar pelos mesmo caminhos que já andei, preciso então de caminhos novos, à super-superfície do vidro, com manchas do medo Aqui e ali vão-se em raizes de arvores que já se perpetuaram em um jardim faustoso que me mostra que tudo valeu a pena e que muita coisa ainda valera.
Vejo agora que este jardim ainda tem muita arvore a crescer.
Jairo Gudzowskyj Brandão